martedì 11 maggio 2010

Brecheret e as figuras femininas


As figuras femininas sao elas simbolos ou uma realidade que ainda precisa encontrar os seus simbolos para se expressar?

Estado de S.Paulo
Exposição no MuBE abrange variedade de materiais e estilos que o criador dedicou ao tema

Pode-se dizer que dois terços da produção de desenhos do escultor Victor Brecheret (1894-1955) são dedicados ao tema da mulher. É o que considera a curadora e historiadora Daisy Valle Machado Peccinini ? e, sendo assim, é inevitável que a figura feminina ocupe um espaço de destaque na produção escultórica do artista. Na exposição Brecheret ? Mulheres de Corpo e Alma, que o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) inaugura hoje como parte das comemorações dos 15 anos da instituição, estão reunidas cerca de 60 esculturas da temática feminina realizadas pelo artista, além de 106 desenhos que propiciam a possibilidade de acompanhar a maneira com que ele lidava com o assunto, "seus estados de ânimo ou de fantasia, bem como os movimentos que atribuiu às figuras", afirma Daisy, curadora da mostra.


A exposição reúne, principalmente, obras da coleção do Instituto Victor Brecheret, dirigido por Victor Brecheret Filho e por sua mulher, Cidô Brecheret, e ainda de acervos particulares e institucionais como os da Fundação Crespi Prado, Museu de Arte Brasileira da Faap, Museu de Arte Moderna do Rio, Palácios do Governo do Estado de São Paulo e Pinacoteca do Estado. A mostra abrange criações do escultor de um período que vai de 1918 a 1955, apresentando, assim, várias fases de sua trajetória, testemunhando "mais de três décadas de inspiração e execução expressas em mármore, pedra de frança, gesso, pedra granítica rolada pelo mar, bronze patinado, bronze polido e a sempre eterna terracota", define Brecheret Filho.

Mãos. Segundo Daisy, historiadora, que se dedica à pesquisa sistemática da obra de Victor Brecheret, o escultor tinha como costume modelar suas figuras em argila constantemente úmida. "Esse tipo de escultura modelada tem como consequência encorajar uma estética que não é somente a de perceber as três dimensões ? altura, largura e profundidade ?, mas que também desenvolve uma sensibilidade multifacética", explica Daisy. A constatação estimula dizer que Brecheret tinha uma relação de proximidade sensível ? tátil e por vezes até timidamente erótica ? com o tema das mulheres, independentemente da fase ou estilo pelo qual passou em sua trajetória ? "do expressionismo ao cubismo, da art déco ao primitivo e orgânico, inspirado na arte dos índios do Brasil" ? ou do material final usado em sua obra.

Os grandes nus de terracota da década de 1940 revelam as mulheres de "formas generosas", mas peças anteriores, como Mulher (1930) de mármore e da coleção de Gilberto Chateaubriand, e Adolescente (1929), também na tradicional pedra escultórica, expressam a elegância e refinamento. "Testemunham as preocupações da construção geométrica e maquinista do corpo, no período da Escola de Paris, entre 1921 e 1936, sendo Mulher um exemplo mais raro e radical de geometrização cubista", define a curadora.

A exposição tem a favor de si abranger uma variedade de temas dentro do assunto "temática feminina" na obra de Brecheret. Nus frontais, reclinados, a questão da maternidade, figuras sacras, as Mulheres-Alegorias (como a Portadora de Perfume) e os retratos encomendados (principalmente, bustos e cabeças, mas também, uma figura inteira como Dama Paulista, que representa Olívia Guedes Penteado) estão todos na mostra. / C.M.




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