sabato 26 giugno 2010

venerdì 25 giugno 2010

O FUTURO DA COMUNICACAO?

Uma das possibilidade do futuro da comunicaçao

QUERO AGRADECER


Minha palestra de ontem sobre mentiras foi uma experiencia maravilhosa. Eu aprendi muitas coisas e os brasileiros sao um publico entusiasmante!
Muito obrigada

mercoledì 23 giugno 2010

MINHA PALESTRA SOBRE AS MENTIRAS E AS TÉCNICAS PARA DETECTAR-AS


Quer saber si seu marido está falando a verdade? Si sua amiga é sincera? Si sua empresa está fechando bons negócios? Participa da minha palestra

"AS MENTIRAS-TODAS AS TÉCNICAS PARA DETECTAR-AS"
Conheça as técnicas do FBI para detectar mentiras, que ficaram conhecidas a partir da serie americana da Fox "lie to me"

24 DE JUNHO, QUINTA, AS 19H30
Livraria Capitulo 4
Rua Tabapua 830, Itaim Bibi, São Paulo

domenica 20 giugno 2010

UM OLHAR ESPECIAL SOBRE SAO PAULO-ENTREVISTA COM Flavia Liz Di Paolo

Um, dez, milhares de olhares. Numa cidade como São Paulo, com seus 19 milhões de habitantes o direito à olhar é mais forte que em qualquer outro lugar do mundo. A cidade mesma com sua arquitetura diferenciada, às vezes desorganizada com um pé no passado e muitos no futuro é um convite diário para exercitar a arte de olhar.
Flavia Liz Di Paolo (www.flavializ.com) é uma das maiores experts da cidade que ela estudou também na Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Cidadã do mundo (além da USP, ela estudou nos Estados Unidos, na Alemanha, na Finlândia e fala muitos idiomas) com o seu olhar ela transforma São Paulo cada dia. Criou um serviço, que se chama Unique in São Paulo (www.uniqueinsp.com) e ela faz muito mais do que o website conta. Flavia não oferece só turismo cultural personalizado mas uma outra forma de olhar sobre São Paulo. Achei interessante fazer algumas perguntas para eu descobrir esta cidade onde moro há três anos.






Como São Paulo mudou nos últimos anos?

A cidade mudou demais, principalmente para melhor, apesar da maioria dos paulistanos insistirem em reclamar com freqüência e quase só enxergarem sua piora...adoram falar mal do trânsito, da poluição e da falta de segurança.
Quando eu era criança e adolescente eu brincava nas ruas do meu bairro, inclusive de bicicleta e via meninos das mais variadas idades jogando futebol no meio da rua ou em campinhos improvisados que não existem mais, infelizmente!
Meu pai tinha escritório no centro histórico, agora São Paulo possui 4 centros de negócios e ele só não teve escritório em um deles. Só existia o shopping center Iguatemi (inaugurado em 1966, o primeiro da América Latina) e o Ibirapuera, agora são mais de 80 shoppings e os projetos para novos não param de surgir, sem contar as mais de 60 ruas temáticas, ou melhor especializadas.
As opções culturais hoje em dia são inúmeras (para todos os gostos e bolsos), existem museus de todo o tipo (das invenções, dos brinquedos, dos óculos, do relógio, para dar apenas alguns exemplos), teatros, cinemas, galerias de arte, centros culturais, quase todos com programação intensa e de alto nível, inclusive muitos eventos culturais são gratuitos ou tem preços simbólicos. Para não falar nos milhares de restaurantes, bares e baladas para todas as tribos. Quase ia me esquecendo dos milhões de metros quadrados de áreas verdes, e dos novos parquinhos e praças próprias para a prática do skate, atualmente o esporte mais popular da cidade. Com a lei Cidade Limpa a poluição visual diminuiu, e muitas fachadas bonitas e escondidas por décadas atrás de placas grandes e feias ressurgiram. Mas na minha opinião a mudança maior foi o crescimento da classe média baixa, realmente estamos vivendo um verdadeiro boom econômico!

Quais são os símbolos brasileiros mais marcantes que Sampa mostra? E quanto São Paulo representa o Brasil?

São Paulo hoje em dia é o coração financeiro e cultural não só do Brasil, mas de toda a América Latina e de todo o Hemisfério Sul! Em 1929 com o crack da bolsa de valores de Nova Iorque, o Brasil só não teve um colapso total, graças a da cidade de São Paulo, que já era naquela época a locomotiva do país. São Paulo é o berço da vanguarda estética brasileira. A Semana de Arte Moderna de 1922, movimento cultural único na América Latina aconteceu aqui, assim como o TBC, os grandes festivais de música da década de 60, entre outras "revoluções culturais", e mais recentemente a São Paulo Fashion Week, a quinta semana de moda mais importante do planeta.


Você monitora quotidianamente esta cidade. Quais são os seus problemas ainda não resolvidos?

Puxa, são vários, como toda a cidade grande, aliás, acho até que São Paulo por ser tão gigantesca, nem tem tantos problemas assim!
Mas como a população cresceu muito e de forma rápida, e graças a Deus, melhorou seu nível econômico, temos praticamente 1 carro para cada 2 habitantes (o trânsito está cada vez pior) e apesar do nosso metrô ser um dos mais limpos, modernos e seguros do mundo, ainda faltam muitas linhas e estações.
As pessoas em geral têm mais consciência e jogam cada vez menos sujeira nas ruas, mas as enchentes ainda são freqüentes.
Aliás, a despoluição do Tietê e do Pinheiros poderia melhorar o transporte público e o turismo da cidade.
Os preços também aumentaram demais, a cidade está cada vez mais cara do que muitas capitais do Primeiro Mundo!
Porém uma das coisas que mais me incomodam nessa megalópole é o fato dos mendigos invadirem o centro histórico principalmente nos fins de semana e feriados, às vezes a cena é deprimente! Com a riqueza de São Paulo, não deveríamos ter nem sequer um miserável nas ruas, é super incoerente!
O que mais me dói ultimamente é ver tantas casas antigas da virada do século e também das décadas de 30, 40, 50 e até mais recentes, que estão sendo derrubadas para dar espaço a prédios enormes, os quais além de enfeiarem e esquentarem a cidade pioram o trânsito, a poluição, e entre outras coisas, acabam com o nosso patrimônio histórico. Quem quiser saber mais a esse respeito e de repente até colaborar com a preservação do patrimônio, pode visitar o site da ong Preserva SP, da qual eu participo www.preservasp.org.br, primeira e única associação de defesa do patrimônio histórico, arquitetônico, cultural e paisagístico da cidade de São Paulo.


O lugar que você prefere de São Paulo?

Nossa! São vários... eu sou bem suspeita porque amo essa cidade de paixão...mas se tenho mesmo que escolher apenas um lugar, diria o belo jardim do Páteo do Colégio (a primeira escola católica do continente americano, que hoje é um museu), costumo dizer que é um oásis no meio do caos urbano (caos esse bem organizado, diga-se de passagem!) com pé de café (indiretamente o motivo pelo qual a cidade começou a se desenvolver com três séculos e meio de atraso) e um exemplar raro do lindo Pau Brasil (primeiro "produto" brasileiro a ser levado para Portugal a fim de tingir as roupas dos nobres de vermelho), além do incrível pedaço do muro original (em taipa de pilão) que circundava a vila de São Paulo de Piratininga como nos burgos medievais europeus! Mas fiquei triste em saber que o café-restaurante foi retirado de lá recentemente, espero que volte porque dava um charme a mais ao local!

sabato 19 giugno 2010

ADEUS JOSE'


José Saramago não era brasileiro mas seu coração de escritor sim. E um grande símbolo para este pais
Suas palavras, severas e capazes proustianamente de criar labirintos mágicos eram só um ponte entre a realidade e um outro mundo, invisível. Uma magica que acontece com frequência na vida brasileira, não só na literatura.
Lendo Saramago eu aprendi as palavras da vida e da morte e os sentimentos que elas criam. No ano passado perdi meu pai.Com ele minha família toda se foi (minha mãe já tinha morrido em 1996). Uma solidão desumana, desconhecida para mim, inenarravel. O Saramago me mostrou as palavras para narrar esta dor, a dor.
Três meses atrás eu devia entrevistar ele para um jornal brasileiro, ele foi muito gentil porque pediu um mês de tempo para dizer se podia aceitar ou não, ao final ele não consegui. O mal estava ganhando.
Entre nos fica um silencio não "accompli".
Sim ele hoje o mundo fica mais pobre.

A revelação de uma outra realidade


Por O Estado de S.Paulo
Retratos Pintados, de Titus Riedl e Martin Parr, recupera a ameaçada arte dos bonequeiros do Nordeste do País, que transformam o negativo da vida de pessoas simples em imagens que as ajudam a suportar a própria história


Foi preciso que um sociólogo alemão e um fotógrafo inglês cruzassem seus caminhos no sopé da chapada do Araripe - mais exatamente no município cearense de Crato - para que saíssem desse encontro com um livro curioso sobre o universo estético do sertanejo nordestino. Titus Riedl, autor de uma tese sobre fotorretratos pintados - tão populares no interior do País -, conheceu Martin Parr durante um fórum latino-americano de fotografia realizado há três anos em Crato. Sabendo da importância do fotógrafo, representado pela agência Magnum, Riedl, que há 15 anos mora na microrregião do Cariri, apresentou a Parr uma série de fotografias pintadas que deixaram o profissional esfuziante. Compreensível: Parr é um fotógrafo que acompanha com particular interesse a estética dos países emergentes - é dele o livro Luxury, que documenta o gosto duvidoso dos novos-ricos do mundo globalizado, tema de sua primeira exposição individual na Galeria de Babel, que o representa, em São Paulo, em outubro próximo.

Antes, na próxima quarta-feira, Martin Parr, atualmente peregrinando por Cingapura, abre uma exposição na Yossi Milo Gallery de Nova York e lança o livro sobre "bonequeiros" nordestinos, Retratos Pintados (Nazraeli Press, capa dura, 68 páginas e 61 fotos). Ele diz, que mesmo familiarizado com a fotografia vernacular, nunca havia sentido o que sentiu ao ver as imagens da coleção de Titus Riedl, reunidas para uma tese de mestrado defendida há 12 anos pelo sociólogo. Há, de fato, poucos estudos acadêmicos ? um deles da socióloga Cristiane de Souza ? sobre o ofício dos "bonequeiros" ou "puxadores" de telas, aqueles vendedores ambulantes que saem pelo interior do Brasil convencendo viúvas a colorizar antigas fotos do marido morto ou mães de natimortos a guardar a última imagem do anjinho no caixão (alguns retocados com olhos bem abertos para que essa lembrança fique menos mórbida).

Representantes de um ofício em extinção após o advento do photoshop - capaz de "milagres" como reunir com perfeição pessoas vivas e mortas numa mesma foto ?, os bonequeiros desempenharam no passado o mesmo papel dessa ferramenta digital. De que maneira? Ora registrando numa mesma imagem o improvável encontro do padre Cícero com seu sucessor frei Damião, ora retocando defeitos físicos dos retratados ou simplesmente incorporando elementos de prestígio social aos deserdados sociais - são comuns as fotos em que um sertanejo sem recursos aparece vestido como um executivo ou coberto de joias. Também não são raras as imagens de mulheres solteironas vestidas de noiva.

Desafio profissional. Apenas um décimo das fotos recolhidas por Titus Riedl durante todos estes anos de estudo entrou no livro de Parr. As que mais impressionam, sem dúvida, são as que transformam defuntos em seres vivos de olhos arregalados. Elas, porém, não causam espanto aos "puxadores de tela". Segundo Riedl, os pintores que retocam as fotos parecem gostar da ideia de ressuscitar o morto, desafio profissional que coloca em jogo sua habilidade e versatilidade artística. Mal comparando, eles usam a mesma estratégia do badalado fotógrafo norte-americano Joel-Peter Witkin, que, por inveja do irmão gêmeo pintor, Jerome, monta naturezas-mortas com corpos de indigentes dissecados em faculdades de medicina ? ele chegou a transformar a cabeça de um deles num bizarro vaso de flores.

Os bonequeiros nordestinos não chegam a ser desrespeitosos como Witkin, cujo fascínio mórbido pela deformação física já o levou ao extremo de montagens quase teatrais com mutilados. No caso dos fotorretratos brasileiros prevalece um sentimento ingênuo: os bonequeiros apenas seguem as orientações dos clientes. "Na zona rural, as imagens fotográficas ainda são escassas e, como último recurso para manter viva a lembrança do morto, os familiares recorrem às vezes a um retrato apagado ou desgastado do falecido, que tem de ser concluído pelo bonequeiro", conta Riedl. Ele cita o caso de uma viúva que pediu para ser retratada ao lado do marido, cuja única foto remanescente era a de sua carteira de trabalho. O resultado foi a reunião artificial ? e engraçada ? de uma senhora de 80 anos com um homem de 40 que bem poderia ser seu filho.

As técnicas de retoque da imagem fotográfica e da pintura sobre fotografia não começaram, obviamente, com os puxadores de tela nordestino. Elas existem desde meados do século 19, mas o pintor-retocador, segundo Riedl, "tornou-se uma peça fundamental para dar verossimilhança ao retrato em preto e branco", demasiadamente triste para os sertanejos que vivem num cenário agreste e tentam superar sua miséria com a euforia cromática garantida por essas pinturas de cores berrantes ? vivas como as fachadas e platibandas das casinhas do Nordeste, tão bem retratadas nas fotos de Anna Mariani (em exposição no Instituto Moreira Salles de São Paulo). Sua função estética tampouco é diferente: trata-se de ornamentação. A exemplo das fachadas e platibandas enfeitadas, encaradas como "pinturas" pelo nordestino, o fotorretrato acaba sendo às vezes o único objeto de decoração no interior despojado dessas pequenas casas sem eira nem beira castigadas pelo sol.

A diferença é que o encontro visual de Martin Parr com o sertão não passou, como no caso de Anna Mariani, por Euclides da Cunha e Ariano Suassuna. O approach do inglês não é literário e muito menos sentimental ? Parr é irônico demais para isso -, mas antropológico. Se as fachadas pintadas a cal pigmentada das moradas nordestinas fizeram parte da infância da fotógrafa brasileira, Parr só recentemente conheceu o Crato. "Os fotorretratos constituem uma maneira de garantir status aos membros da família de sertanejos, dando a eles um aspecto santificado, icônico", arrisca Parr. Os bonequeiros serviriam como agentes do sonho brasileiro, ao concretizar em imagem o delírio de ascensão social dos nordestinos, garantido por roupas caras e joias a que os modelos dos retratos pintados jamais teriam acesso.

Retoque. Hoje, essa verossimilhança é garantida pelo photoshop. Riedl apresentou a Martin Parr um bonequeiro, Júlio de Santos, que antes mantinha uma oficina com uma dúzia de pintores e hoje usa um computador para "retocar" a realidade nordestina. Instalado em Fortaleza, ele mantém - agora sem assistentes - a tradição de recuperar originais desgastados pelo tempo e embelezar os modelos , inclusive o próprio Martin Parr, que ganhou de presente seu retrato, deliciando-se com a fotografia vernacular do mestre-pintor.

Sobre essa função, o sociólogo Titus Riedl não recua ao comparar a arte dos bonequeiros nordestinos à criação dos artistas pop que retrabalharam retratos de celebridades, dos quais o mais famoso foi o norte-americano Andy Warhol (1928-1997). O nome da brasileira Rosângela Rennó, que vai participar da próxima Bienal, pode ser igualmente evocado não só por seguir a escola da recriação fotográfica como por ter sido pioneira na valorização do trabalho dos bonequeiros nordestinos, reconhecendo-o como pintura. "Como os clientes às vezes pedem para o bonequeiro tirar as sombras da fotografia, ocorre que o resultado acaba beirando o hiper-realismo", observa Riedl, concluindo que os rostos assumem com frequência o aspecto de uma máscara do belga James Ensor (1860-1949) ou de uma caricatura do alemão Otto Dix (1891-1969).

´Talvez seja conveniente não esquecer que Dix, um dos expoentes da pintura expressionista germânica, usou fotografias de soldados desfigurados nas trincheiras da 1.ª Guerra como modelos de sua pinturas antibélicas. Dix era um ótimo retratista, mas preferiu reduzir seu mundo à caricatura justamente por acreditar que a realidade - de tão horrível - é inimitável. Ensor não foi muito diferente. Transformou bípedes racionais em bandos de esqueletos ambulantes, portadores de bizarras máscaras carnavalescas. Involuntariamente, os bonequeiros nordestinos acabam fazendo parte dessa turma de expressionistas, embora agindo na contramão. Explicando: eles não fazem crítica social. Ao contrário, tentam atrair o freguês com promessas de um mundo melhor, em que uma cara feia pode virar um rosto aceitável e defuntos caminham como Lázaros pelo sertão.

"Há frequentemente entre o bonequeiro e o cliente um jogo dissimulado de sedução, em que o primeiro tenta sugerir alterações em fotos mostradas pelo segundo, indicando mudanças de estilo nas roupas, cores e adereços", observa Riedl, contando casos engraçados de espertos fotorretratistas que viajaram pelos grotões afastados em busca do lucro fácil. "Nesses lugares eles ganham até mais que nas regiões próximas das cidades, pois podem ficar hospedados de graça e comer na casa do cliente, ampliando a oferta de produtos além das fotos, como quadros de santos, etc." É como eles sobrevivem em tempos de laboratórios que revelam filmes em uma hora e fazem retoques digitalizados. Nem sempre um bonequeiro, lembra Riedl, tem conhecimento qualificado da técnica fotográfica ou de pintura, o que explica os erros frequentes nas proporções, nos contrastes e na composição da imagem.


Idiomas. De certo modo, foi isso o que atraiu o olhar de Martin Parr, atento para essas distorções que acabam dando à fotografia um aspecto mais pictórico. Vale frisar que o grande mestre contemporâneo da pintura hiper-realista, o alemão Gerhard Richter, chega ao outro extremo partindo também de fotos. Ele "aperfeiçoa" a realidade, fazendo com que a retórica da pintura, antes avessa ao idioma da fotografia, se confunda de tal modo com ele que o espectador seja incapaz de dizer onde começa uma tela e acaba uma foto. Nessa oblíqua referência à mídia fotográfica, Richter questiona a "veracidade" da imagem fotográfica.


Richter começou a trabalhar com imagens fotográficas nos anos 1960, usando antigos retratos e paisagens de amadores, distorcidos por largas pinceladas que eliminavam seu foco. Parece evidente nesses primeiros trabalhos a influência de artistas pop como Andy Warhol e Lichtenstein, que operavam no mesmo registro, alterando rostos ou ambientes. Richter, porém, foi além da estética pictórica pós-conceitual. Sua atitude negativa diante do objeto fotográfico tem a ver com a desconfiança numa imagem banal que só se torna interessante por meio do olhar do artista ? o que justamente chama a atenção quando se vê o trabalho de um bonequeiro tentando "mudar" o que lhe parece errado ou desagradável na realidade. Imagens banais possibilitam a Richter que ele se concentre no problema da representação ? seu grande tema ?, no lugar de se ocupar do conteúdo da obra. Exemplo disso é sua série 48 retratos (1971-72), que, aparentemente, busca a semelhança entre o modelo real e o pintado. Para Richter, este é justamente o aspecto que menos importa em sua pintura. A arte, para ele, perdeu essa função mimética, fazendo justamente com que aumente a distância entre o modelo concreto e sua reprodução. Venceu o simulacro, como nos fotorretratos pintados dos bonequeiros nordestinos.

Como eles usam fotos antigas, dos tempos em que os recursos para ampliação e revelação eram precários, os fotorretratos acabam se parecendo mais com o modelo que esses profissionais imaginam do que com o real. Os clientes, por vezes insatisfeitos, reclamam da falta de verossimilhança. Em Juazeiro do Norte, o sociólogo Titus Riedl encontrou uma verdadeira empresa familiar comanda pelo pintor Abdon, ele mesmo especializado em retocar rostos e cabelos. O resto do corpo ele deixa para um ajudante, o filho e o sobrinho. Abdon gosta de cores fortes e usa cola brilhante para "realçar" os traços dos fregueses. Os bonequeiros concorrentes não gostam. Dizem que seus retratos apenas mantêm leve semelhança com os originais. No entanto, ele é rápido e entrega os retratos dentro do prazo combinado, coisa seriíssima no Nordeste. Riedl já ouviu de um mestre pintor que foi obrigado a concluir um trabalho atrasado sob ameaças de morte. E morte é outro negócio sério na região. Mas já foi mais. Os bonequeiros hoje recebem poucas encomendas para transformar retratos de defuntos em vivos.

Sem rugas. As encomendas mais frequentes são de natureza cosmética. Os clientes pedem para embelezar a imagem dos parentes, nem sempre favorecidos pela natureza. Segundo Riedl, os bonequeiros devem seguir algumas regras para corresponder aos seus padrões estéticos, especialmente dos fregueses idosos: tirar todas as rugas do rosto; nunca pintar de branco os cabelos; evitar sombras, pois elas dão ao retratado um aspecto sinistro; "ajeitar" roupas que pareçam exageradamente sensuais. Outras regras: as crianças devem se parecer com o Menino Jesus dos folhetos distribuídos nas missas; mulheres devem usar blusas monocromáticas ou estampas de flores e homens, invariavelmente, devem aparecer de terno e gravata. Os bonequeiros mais experientes, conta Riedl, "sabem explorar melhor os desejos dos seus clientes", permitindo-se sugestões baseadas na simples observação do gosto do freguês.

Martin Parr diz que as delícias dessa fotografia vernacular são mais apreciadas hoje do que eram no passado exatamente por sua simplicidade de propósito. A esse respeito, Titus Riedl lembra que as fotopinturas são populares não só no Brasil como em países de cultura germânica, que desde o século 19 utilizam a técnica para preservar a memória familiar, sobretudo em lugares onde a tradição da autoridade é rigorosamente respeitada. "Os bonequeiros sabem disso e hoje buscam seus clientes em lugares de romaria." O cineasta cearense Joe Pimentel realizou há três anos o documentário Câmera Viajante, que retrata o trabalho dos fotógrafos populares atuantes em festas, feiras e romarias do interior nordestino.

Num balanço final, o sociólogo Titus Riedl avalia: "O livro de Parr é mais irônico, enquanto minha fundamentação é antropológica." Em sua opinião, os bonequeiros nordestinos não têm a ambição artística que a publicação pode eventualmente sugerir ao olhar estrangeiro, mas o livro, segundo ele, deve ajudar na revalorização de uma arte hoje ameaçada de extinção.

Desde que o francês Louis Arthur Ducos du Hauron (1837-1920) colorizou a primeira paisagem, em 1877, muita água rolou no Cariri. Mesmo tendo chegado com certo atraso ao sertão nordestino, a fotografia colorizada ganhou a adesão de artistas intuitivos. Eles nunca ouviram falar da Bauhaus e ainda assim criaram platibandas com lindas formas geométricas. Também não sabem quem foi Cartier-Bresson, mas reinventaram rostos com indiscutível talento. Pode ser que seus fotorretratos não sejam considerados arte, mas eles constituem documentos preciosos de interpretação da realidade nordestina. Em todo o caso, também os críticos estrangeiros terão um prazo de quatro meses para descobrir o que Riedl e Parr já descobriram. A exposição Retratos Pintados na Yossi Milo de Nova York, com 150 retratos originais, fica em cartaz até dia 18 de setembro.

a neurociência para apoiar decisão emotiva


POR A FOLHA DE SAO PAULO

Livro descreve cérebro durante compra,mas não diz o que é resolver bem

CÁSSIO AOQUI
EDITOR-ASSISTENTE DE NEGÓCIOS

Lógica apolínea versus sentimento dionisíaco; id contra ego; yin ante yang. Para o editor da revista "Wired" Jonah Lehrer, a ideia de dicotomia da natureza humana não apenas é falsa como também destrutiva.
Em seu recém-lançado "O Momento Decisivo", Lehrer vai além.No embate entre razão e emoção, atreve-se a ficar do lado desta última e tenta jogar de vez para o limbo a tese de que o raciocínio deve prevalecer ao impulso na tomada de decisão.
Para isso, o autor, que trabalhou como Nobel de Medicina Eric Kandel, reúne descobertas da neurociência e da economia comportamental.
Seu intuito é ressaltar a linha tênue entre uma decisão boa e outra ruim, pela perspectiva do cérebro.
Logo no início da obra, Lehrer deixa claro que seu objetivo é responder a duas perguntas "que interessam a praticamente todo mundo, de presidentes de corporações a filósofos acadêmicos": como a mente toma decisões e como podemos melhorar nossa maneira de tomá-las.
A solução para a primeira indagação ocupa 271 das 332 páginas do texto e é de longe o melhor de sua empreitada. O escritor se baseia na analogia de Herbert Simon, psicólogo ganhador do Prêmio Nobel, que compara a mente humana a uma tesoura -uma lâmina seria o cérebro, e a outra, o ambiente específico no qual ele opera.
Sai, dessa forma, do laboratório e entra no mundo real "para ver a tesoura em ação". Por meio de vários casos dramáticos de momentos decisivos e de experimentos científicos, o jovem jornalista demonstra como se dá o funcionamento do cérebro na hora de tomar uma decisão.
Entre eles, apresenta o dilema de um fuzileiro na primeira guerra do Iraque que se depara com a situação de abater ou não um míssil -que também poderia ser mm caça aliado.

DEFEITO EMOCIONAL
Pouco a pouco, termos como haste, diencéfalo, região límbica e córtex orbito frontal passam a fazer sentido para o leitor que não é da área. No decorrer dos capítulos, Lehrer desconstrói teses que colocam a racionalidade -e o córtex pré-frontal- acima de qualquer suspeita.
"Existe apenas um problema com a premissa da racionalidade humana: ela está errada", dispara. "Durante tempo demais as pessoas depreciaram o cérebro emocional, culpando os sentimentos por todos os nossos erros. A verdade é muito mais interessante.
Se não fosse pelas emoções, a razão nem mesmo existiria." Ele culpa a análise excessiva e o pensar demais por erros na avaliação de preferências e atribui a bolha das Bolsas e do subprime a um "defeito emocional".
Se de um lado o autor desenvolve com fluidez o pensamento acerca de como pensamos, de outro falha na segunda pergunta que propõe: como decidir melhor?
Lehrer usa menos de dez páginas para indicar o que fazer com todo o conhecimento até ali apresentado. Para o leitor mais exigente, nesse momento entra em ação o córtex cingulado anterior, que, como apresenta o livro, "é uma concentração densa de neurônios dopaminérgicos envolvida coma detecção de erros de predição".
--------------------------------------------------------------------------------
O MOMENTO DECISIVO

AUTOR Jonah Lehrer
TRADUÇÃO Marcelo Schild
EDITORA Best Business
QUANTO R$ 39,90 (336 págs.)

martedì 15 giugno 2010

COACHING LITERARIO COM Márcia Ligia Guidin


Pode se ensinar a escritura? E' o grande dilema que não conhece fronteiras. Grandes escritores falam que não, o talento é um dom, mesmo quem nasce com este dom pode gasta-o durante sua vida. Mas o poder da escritura, pode se transmitir? Este é outro assunto. Aquele poder encantador que leva para um mundo invisível, mas forte com uma estrutura firme e inteligente sim, é o poder mais democrático do mundo. Qualquer pessoa, rica, pobre, com educação, sem educação tem direito a sonhar com as palavras. Mais encantadoras elas são mais divertida é a leitura. Só' precisamos de pessoas mostrando para nos estas palavras, frases, paginas, livros, até (re) escrever nossa pessoal literatura que é outra forma de reproduzir este encanto ancestral, antigo, primordial.
Conheci Márcia Ligia Guidin em ocasião duma conferencia sobre literatura feminina. Ontem participei à cerimônia da sua posse na Academia Paulista de Educaçao
Com ela na sua casa tomei um ótimo café italiano o que abriu muitas portas na nossa conversa.
Márcia além de ser acadêmica, professora é editora com a sua Miro editorial (http://www.miroeditorial.com.br) e coaching literário.
Ela me mostrou muitas coisas do coaching literário no Brasil. Na Itália tudo mundo escreve, sobretudo os jovens que sonham um futuro como escritores. Agora aqui no Brasil falando com a Márcia descobri que são pessoas mais maduras que querem se desenvolver na escritura, normalmente depois dos 40. Um coach literário è um anjo que segue o nascimento de uma alma (literária!) e seu desenvolvimento no mercado. Outra coisa interessante que aprendi falando com ela são as características das escrituras brasileiras. Ou seja, tem uma tendência agora a escrever como si fosse televisão, com uma linguagem imediata que constrói quadros um perto dos outros como uma novela. Será que os brasileiros precisariam desligar a televisão por um tempo e ligar uma luz importante e escondida que é aquela da criatividade?

lunedì 14 giugno 2010

O ROSTO DO BRASIL

Achei esta foto linda demais, Sao Paulo Fashion Week é esxpressao dum Brasil multicores, multiraças, um pais do futuro como jà o escritor Stephen Zweig conseguiu ver

venerdì 11 giugno 2010

EM EXCLUSIVIDADE PARA MEU BLOG MOACYR SCLIAR


Quando cheguei no Brasil ao final do 2007 eu não falava nada de português. Só havia ouvido falar alguns portugueses na Europa e tinha vontade de chorar porque aquele idioma me parecia um mundo inextricavel e fechado. Mas as vezes o destino das pessoas é mais forte da vontade. Mudando para Brasil eu não tinha opção: aprender o português era essencial para minha sobrevivencia. Ao começo, sou honesta, era uma delicia não falar nada. Cada dia meu corpo, meu rosto se adaptavam para expressar emoções e necessidades. Além dos sentimentos universais de raiva, felicidade, tristeza, aprendi a correta expressão para comprar fruta na feira, para saber informações sobre as ruas, até para lidar com um ladrão.
Meu sorriso foi um bom passe-partout...mas além disso o que achava mais agradável neste limbo linguístico das primeiras semanas era que visitando as livrarias que eu adoro em todos os lugares do mundo a sensação era que todos aqueles livros estavam de uma certa forma me esperando. Eu formiga dentro duma montanha gostosa e rica, mas claro ainda não tinha a chave. Só que, sendo compulsiva nos livros, eu comprei. "Enigmas da culpa" de Moacyr Scliar foi o terceiro livro que eu comprei, depois do dicionário italiano-português, português-italiano e a gramática portuguesa. Porque? Como? Não sabia nada deste Moacyr Scliar mas o livro estava lá, amarelo na sua capa, por acaso abriu. O "accroche" como dizem os franceses, ou seja o começo do livro parecia ser escrito para mim "A culpa é um dedo que aponta, implacável. Aponta para quem? Para nos, claro".
"Culpa", "dedo", conseguia entender, também "implacável", são parecidos com italiano mas "apontar" tive que perguntar à moça da livraria que respondeu com o gesto correspondente.
Agora foi justamente esta interaçao entre gesto e palavra e um gesto tão forte para mim, estrangeira no Brasil, invisível neste pais que me levantou do meu limbo. Graças a este livro a moça da livraria tinha reconhecido minha existência, a força do livro tinha saído das paginas para se colocar na realidade. O efeito foi otimo e saudável para mim. Comprei o livro e deixei na minha livraria em casa na espera de aprender melhor o portugues para ler.
Desde minha chegada no Brasil então para mim Moacyr Scliar nao foi só um grande escritor mas o meu "Virgilio" nesta "terra incognita" que é o Brasil.
Ele é medico como Tchecov e através da palavra escrita não sei si cura as pessoas mas com certeza mostra os diagnósticos das nossa almas.
Moacyr Scliar aceitou de responder à algumas perguntas no meu blog. Eu agradeço ele infinitamente para ter aceitado e peço desculpa para meu português escrito que ainda está feio. Ele entao tevera que escrever ainda muitos livros para eu aprender!


Eu: Que significa hoje ser um escritor no Brasil?
MOACYR SCLIAR A situação do escritor brasileiro melhorou muito. Antes, as dificuldades de publicar eram enormes, o público era restrito. Hoje, o número de leitores aumentou, graças à alfabetização e o bom trabalho das escolas. As editoras se profissionalizaram, aprenderam a trabalhar com os leitores. A literatura mudou; o engajamento político, tônica do período da ditadura, agora é menos importante. Faz-se uma ficção urbana em que temas como a violência, a relação entre pessoas de classe média, o desamparo dos jovens aparecem muito.

Eu: Na Folha de São Paulo cada segunda feira o senhor "interpreta" fatos realmente acontecidos neste pais. Tem um Brasil sobre o qual o senhor gostaria de escrever e que ainda não tive tempo o oportunidade?
MOACYR SCLIAR O Brasil é gigantesco e tem uma diversidade incrível. Escrevo sobre o pouco que conheço, mas, devo dizer, já é mais que suficiente para me mobilizar pelo resto da vida...

Eu: O senhor è medico num pais onde a medicina é uma profissão com excelentes experts. Como esta sua profissão interagiu com sua literatura?
MOACYR SCLIAR Existe uma tradição de médicos-escritores, o que é explicável: são dois ofícios que lidam com os aspectos mais profundos da condição humana, e que valorizam a palavra (num caso como ferramenta de criação estética, no outro como instrumento de relacionamento terapêutico). No meu caso a experiência de médico clínico, e depois de médico de saúde pública, foi fundamental, não só do ponto de vista de compreensão dos seres humanos como também como porta de entrada para a realidade social.

Eu: Inspiração é a mesma em todos os países. o que é para você inspiração como escritor?
MOACYR SCLIAR É aquele instante inesperado em que o consciente, isto é, a parte da mente que lida com as palavras, que faz o texto, tem acesso ao inconsciente, o reduto de nossas fantasias, de nossa imaginação. A combinação imaginação-forma literária é a fórmula que todo escritor quer alcançar.

giovedì 10 giugno 2010

MINHA PALESTRA COM WALTER MAIEROVITCH 2


MINHA PALESTRA COM WALTER MAIEROVITCH


AMANHA EM EXCLUSIVIDADE PARA MEU BLOG O GRANDE ESCRITOR MOACYR SCLIAR

O CORPO E A DOR, BUSCANDO LIBERADADE

Este video do grupo de dança Marie Chouinard è cheio de angustia. Eu tinha duvida se publicar ou nao mas achei que a metafora é tao importante para a busca de verdade, também corporea, de nossa sociedade contemporanea que as pessoas mereciam de escolher si ver ou nao...

martedì 8 giugno 2010

SIMBOLOS DO BRASIL?

Acho um pouco stereotipos, futebol e havaianas como simbolos do Brasil, mas pode ser, esta publicidade està espalhando na Internet

NA QUINTA MINHA PALESTRA EM SAO PAULO COM O JUIZ MAIEROVITCH


lunedì 7 giugno 2010

ANALISE COMPORTAMENTAL DO JOSE' SERRA

Continua minha viagem na comunicação não verbal dos candidatos às eleições presidenciais brasileiras. Hoje falamos sobre o candidato José Serra.

Trechos analisados:
PROGRAMA DO RATINHO

Como todos os candidatos do mundo o José Serra tem seu slogan
“Eu não estou fazendo uma promessa, mas um anuncio”. Tudo bem. O Serra quer falar às grandes audiências (num outro trecho ele diz “a política é um mal necessário, típica expressão demagógica)
O problema é que nesta entrevista no Programa do Ratinho ele faz um lapso freudiano e a promessa se torna anuncio criando na audiência um rumor na transmissão da sua mensagem. O que destrói o sentido do slogan e da campanha.
Além disso, ele repete muitas vezes este slogan nesta entrevista. E’ um pouco redundante e pode até anular o seu valor.

Outro grande problema nesta entrevista é o gerenciamento do território, o Serra não consegue ficar no seu cantinho, mas invade o espaço perto dele. Neste caso coloca seu PE na parte baixa da mesa do apresentador e com a mao varias vezes a mesa



PAINEL RBS
http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?uf=1&contentID=113453&channel=95

Tem um assunto que permite ao Serra de abrir seu espaço na frente da audiência: o futebol. Ele é apaixonado e consegue transmitir esta paixão, de uma forma muito forte. Pode ser um grande ponto de força na sua comunicação. Ele chega aos eleitores sem enganá-los com assuntos demagógicos, mas falando como todo bom brasileiro faz: futebol. Este assunto pode ajudar o Serra em caso que a conversa torna-se problemática por ele. Isto è um ponto que sua equipe de comunicação não tem que esquecer.
O começo do painel não è positivo para o Serra. Durante à apresentação do jornalista e sua primeira pergunta ele é tenso. Boca serrada, sobrancelha esquerda levantada, sorriso não espontâneo ao contrario da Dilma precisa ter um papel em mao.
Ele tem problema com seu look. As meias são curtas e durante dos 90 minutos do painel às vezes mostram as pernas peladasa.
Também nesta situação volta o problema do gerenciamento do seu espaço. Esta vez ele toca muitas vezes o braço do jornalista principal como para convencer-o. E’ o mesmo problema da Dilma.

A educação
Alguns assuntos, além do conteúdo são inconfortáveis para seu corpo. A escola e a educação são entre estes. Ele engasga, tem problemas na garganta. Gesticula bastante mas com menos harmonia da Dilma e mostra sempre os palmos como para dizer que é inocente. Na técnica da linguagem corporal normalmente mostrar os palmos da Mao significa querer demonstrar a inocência, na antiga Roma era necessário mostrar os palmos para dizer que não se carregavam armas.
O Serra tem um grande problema durante esta entrevista de televisão de dirigir seu olhar, não controla muito bem as câmeras e sempre tem tendência a olhar para o jornalista/apresentador. O efeito é que a audiência em casa tem a percepção que o Serra não está falando com os eleitores, mas só com o jornalista, precisando inconsciamente da sua aprovação.

A corrupçao
E’ outro assunto que incomoda o corpo do Serra. Ele diz “o problema da corrupção não é um problema de lei, mas um problema de comportamento” e coloca a mao no rosto e nas bochechas. Este sinal è um gesto considerado pelos expertos da linguagem corporal como um sinal de tensão até mentira.
E que o assunto seja inconfortável é confirmado também no gesto de tocar as mangas quando diz que “quando chegou na prefeitura di São Paulo tinham muitos funcionários”. Evidentemente foi um assunto que incomodou muito. Este gesto é normalmente considerado pelo experts como um gesto pacificador, para relaxar uma tensão.
O Serra parece ter medo dos eleitores. E’ a impressão que nos temos quando o apresentador introduz uma reportagem com pessoas na rua fazendo perguntas para o políticos. O Serra coloca sua mao na boca. A opinião dos eleitores é tão importante para ele que parece ter medo,
Sobre o assunto “mensalao” não consegue gerenciar sua raiva e isso è um erro de comunicação porque mostra um descontrole muito forte. O Serra chega até ficar arrogante com uma jornalista. A um certo momento é ele que faz perguntas para ela jornalistas. E’ o ponto mais fraco da sua aparição.

Outro assunto que, com uma leitura corporal parece critico è aquele da segurança. Serra engasga algumas vezes. Desconfortável para ele é também o assunto da burocracia da justiça: ele cobre completamente a boca com a mao, seu corpo está dizendo que ele na verdade não quer falar sobre este assunto. E sobre o tema do “sistema penitenciário” ele coloca dois dedos no pescoço. Este também è um gesto pacificador, que alivia certa tensão. Mas são os assuntos econômicos que são os pontos fortes dele. A voz è firme e com energia e o conteúdo explicado com calma e profissionalidade. Ao final a conversa é bem humorada. O que é um dom natural mas também uma técnica importante na conversa política.

venerdì 4 giugno 2010

A beleza da arte, a força da dor


Apologies May Fuel Settlement of Legal Disputes, Study Says


Acho esta pesquisa muito importante ao nivel relacional

POR SCIENCEDAILY
Apologies may be good for more than just the soul, according to research by a University of Illinois professor of law and of psychology.

Jennifer Robbennolt says her studies show that apologies can potentially help resolve legal disputes ranging from injury cases to wrongful firings, giving wounded parties a sense of justice and satisfaction that promotes settlements and trims demands for damages.

"Conventional wisdom has been to avoid apologies because they amount to an admission of guilt that can be damaging to defendants in court," she said. "But the studies suggest apologies can actually play a positive role in settling legal cases."

Robbennolt surveyed more than 550 people, gauging their reaction to apologies offered during settlement negotiations in a hypothetical injury case. She says apologies generally reduced financial demands, increasing prospects for an agreement.

But the nature of the apology matters, according to a summary of her findings that will appear in Court Review, a publication of the American Judges Association. Apologies that accept fault have more impact than apologies that merely express sympathy, but take no responsibility

Robbennolt says apologies that accept blame can be powerful psychologically, giving plaintiffs a sense of closure and accountability that makes them less angry and more willing to forgive.

"The apology fulfills some of the goals that triggered the suit, such as a need for respect, to assign responsibility and to get a sense that what happened won't happen again," she said. "So receiving an apology can reduce financial aspirations and make it possible for parties to enter into discussions about settlement."

For defendants, apologies can reduce legal costs as well as damages because cases may settle more quickly, said Robbennolt, who has studied the legal implications of apologies for a decade.

While plaintiffs respond favorably to apologies, another study by Robbennolt shows that lawyers react more in line with traditional thinking -- that apologies are an admission of guilt that can be used to leverage bigger settlements.

She says lawyers may view apologies differently because of their third-party view of the dispute, or because their training provides a perspective on the legal value of apologies that lay people fail to appreciate.

"Another possibility is the way in which the financial incentives of attorneys and clients can diverge," Robbennolt said. "Settling cases quickly can mean lower fees for attorneys paid on an hourly basis. Or if the attorney is taking a contingency fee, that fee is smaller if cases are settled for less. As some lawyers say, you can't take one-third of an apology."

How those diverging views of apologies play out when lawyers and clients mull settlements is unknown, she said, but could ensure a broad analysis of pros and cons that benefits clients.

"The findings tell lawyers that clients seem to value apologies in ways that lawyers don't, so they need to be sensitive to those differences," Robbennolt said. "At the same time, clients can benefit from getting advice from someone who can help them fully understand all of the legal implications so they can decide exactly how to respond to an apology."

She says courts are increasingly recognizing the potential for apologies. Statutes that make at least some apologetic statements inadmissible at trial are now on the books in 35 states, most enacted in the last decade.

Because laws are relatively new, Robbennolt says, more research is needed to gauge the impact of apologies, such as how they sway jury awards, how those jury awards influence the offering of apologies and whether early apologies can ward off lawsuits entirely.

"There's still a lot to learn, but based on the data we do have, it appears apologies can be a viable strategy," she said.

Robbennolt says apologies could prove useful in a host of cases, from medical malpractice and personal injury cases to employment, divorce and custody disputes.

Whether apologies are a good defense strategy depends on the case, she said. Cases where fault is clear-cut may offer the most potential, but even then defendants need to weigh the possible benefits against the risk that apologies could backfire and increase liability.

"It seems relatively clear that plaintiffs want apologies and it also seems that defendants often want to apologize," Robbennolt said. "But there's always a chance that an apology could make things worse. One of the reasons this is such an interesting problem is because that looms so large in the background."

O pomo-de-adão


O pomo-de-adão è uma proeminência laríngeaexistente abaixo do osso hióide, junto à laringe, no pescoço humano e é um dos órgãos envolvidos no processo de fala.
Esse crescimento é maior nos indivíduos do sexo masculino, pela maior presença de hormônios masculinos, principalmente a testosterona.
A origem do termo estaria na passagem bíblica do pecado original, onde Adão teria comido o fruto proibido após Eva e ficado com o caroço preso na garganta.

martedì 1 giugno 2010

Em exclusividade para meu blog entrevista à Aleksandar Mandić


A sua apresentaçao na Wikipedia è bem grande
Pioneiro na área de telecomunicações, Aleksandar Mandić foi um dos primeiros brasileiros a explorar comercialmente o serviço de provedor de acesso à Internet no Brasil e introduziu o serviço BBS (sigla para Bulletin Board System, um sistema de troca de informações via conexão telefônica) no país. Com a chegada da internet no Brasil, em 1995, e através da sociedade com o grupo GP Investimentos, em 1996, a MANDIC BBS se transformou num dos gigantes da internet brasileira, a MANDIC INTERNET S.A.
Em janeiro de 2000, Aleksandar Mandić se tornou sócio-fundador do iG – Internet Group, onde ocupou o cargo de vice-presidente até setembro de 2001.
Decidido a ter novamente seu próprio negócio, Aleksandar Mandić reabriu a MANDIC, em janeiro de 2002.
A nova empresa, a MANDIC LTDA., é uma provedora de internet, porém com foco no serviço de correio eletrônico.
Conheci o Aleksandar numa palestra do jornal Estadao em São Paulo. Achei a melhor pessoa para me introduzir na cultura digital brasileira.


Do seu ponto de vista quais são as carateristicas da cultura digital no Brasil?
ALEKSANDAR A cultura digital no Brasil ainda está engatinhando. A precariedade da tecnologia disponível impede que a grande massa brasileira usufrua de todos os benefícios que a internet pode propor. Claro que muito já se evoluiu (vide a enorme participação nacional nas redes sociais), mas ainda somos infantes perto de Europa e EUA. O Brasil é um país “antenado”, mas sem banda larga popularizada o acesso a cultura digital – e sua expansão – ficam ainda muito limitados.

Como o Senhor vê o futuro da cultura digital neste pais?
ALEKSANDAR Acredito que um país em franco desenvolvimento como o Brasil precisa investir em tecnologia e inclusão digital. O acesso à internet permite que o morador de áreas longínquas tenha acesso a informações de vanguarda divulgadas do outro lado da mundo, ou seja, propicia ‘informação sem fronteiras’. Espero que em um futuro próximo a banda larga seja uma realidade em todo o país, assim como a ‘alfabetização digital’, quebrando barreiras e propiciando informação/educação a cada vez um maior número de brasileiros.

O "digital divide" aqui ainda atrapalha?
ALEKSANDAR: Obviamente. Na verdade, o número de excluídos digitais, apesar de ainda grande, vem diminuindo drasticamente, graças a proliferação de lan houses em áreas longínquas espalhadas por todo o país. Mas, ainda assim, esse internauta que só consegue acessar muito esporadicamente à internet, que raramente tem contato com um computador, mesmo que não excluído, é, claramente, um marginalizado digital. Não tem como se investir em intercomunicação de setores, central única de dados e outras soluções tecnológicas enquanto essa marginalização for algo drasticamente elevado. Conforme já exposto em diversas discussões do setor tecnológico, o futuro do combate à pobreza se dará no contexto do conhecimento, e a melhor ou mais ampla forma atual de conhecimento se dá através da internet.

Para ter sucesso num pais considerado nos anos passados instável como isto quais são os talentos que um empreendedor tem que ter?
ALEKSANDAR Não desistir nunca e investir nos sonhos e idéias. Não ter medo de crises, pois elas estão sempre presentes (desde que eu nasci). Eu diria, tire o "s" da crise: Crie!

O speed date dos negócios hoje em Sao Paulo


O speed date dos negócios. Achei esta ideia que ja existe nos EUA e na Europa superbacana aqui no Brasil

1o. ENCONTRO DE NEGÓCIOS PLANET BIZ
Horário de início: terça, 1 de junho de 2010 às 19:00
Horário de término: quarta, 2 de junho de 2010 às 02:00
Localização: Sushi Hall www.planetdigital.com.br/sushihall
Rua: R. Fradique Coutinho 53
Cidade: São Paulo, Brazil

A coisa mas simpatica é a RODADA DE NEGÓCIOS onde as pessoas podem explicar seu negócio para todos as pessoas presentes no Evento, no palco .

ADIEU LOUISE BOURGEOIS

Não è brasileira mas o Brasil a conhece muito bem (uma sua aranha está no Mam em São Paulo).
Hoje morreu uma grande artista em Nova Iorque, Louise Borgeois. Sua arte atravessou um seculo inteiro.
Seus símbolos contribuíram a moldar a imaginação contemporanea

O CORPO SEGUNDO MIRIAN GOLDBERG


POR FOLHA DE SAO PAULO

OUTRAS IDEIAS

MIRIAN GOLDENBERG -O marido como capital

No Brasil, as mulheres experimentam o envelhecimento como um período de perdas ainda maiores

NO BRASIL, o corpo é um capital. Certo padrão estético é visto como uma riqueza, desejada por pessoas de diferentes camadas sociais.
Muitos percebem a aparência como veículo de ascensão social e como capital no mercado de trabalho, de casamento e de sexo. Para aprofundar essa discussão, estou fazendo um estudo comparativo com mulheres brasileiras e alemãs na faixa de 50 a 60 anos.
Já nas primeiras entrevistas, constatei um abismo entre o poder objetivo que as brasileiras conquistaram e a miséria subjetiva que aparece em seus discursos.
Elas conquistaram realização profissional, independência econômica, maior escolaridade e liberdade sexual.
Mas se preocupam com excesso de peso, têm vergonha do corpo, medo da solidão.
As alemãs se revelam muito mais seguras tanto objetiva quanto subjetivamente.
Mais confortáveis com o envelhecimento, enfatizam a riqueza dessa fase em termos de realizações profissionais, intelectuais e afetivas.
A discrepância entre a realidade e a miséria discursiva das brasileiras mostra que aqui a velhice é um problema muito maior, o que explica o sacrifício que muitas fazem para parecer mais jovens.
A decadência do corpo, a falta de homem e a invisibilidade marcam o discurso das brasileiras. De diferentes maneiras, elas dizem: "Aqueles olhares e cantadas tão comuns sumiram. Ninguém mais me chama de gostosa. Sou uma mulher invisível".
Curiosamente, as brasileiras que se mostram mais satisfeitas não são as mais magras ou bonitas. São aquelas que estão casadas há anos. Elas têm "capital marital".
Em um mercado em que os homens disponíveis são escassos, principalmente na faixa etária pesquisada, as casadas se sentem poderosas por terem um "produto" raro e valorizado. Aqui, ter marido também é um capital.
No Brasil, onde corpo e marido são considerados capitais, o envelhecimento é experimentado como uma fase de perdas ainda maiores.
Já na cultura alemã, em que diferentes capitais têm mais valor, a velhice pode ser uma fase de realizações e de extrema liberdade.
Como ressaltou Simone de Beauvoir, "a última idade" pode ser uma liberação para as mulheres, que, "submetidas durante toda a vida ao marido e dedicadas aos filhos, podem, enfim preocupar-se consigo mesmas".

--------------------------------------------------------------------------------
MIRIAN GOLDENBERG, antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é autora de "Coroas: Corpo, Envelhecimento, Casamento e Infidelidade" (ed. Record)