domenica 7 marzo 2010

O simbolo da prostituição


Encontrei no site da Uol esta manha, da para pensar.
O Stephen J. Dubner e o Steven D. Levitt são autores de “Freakonomics: O Lado Oculto e Inesperado de Tudo o Que Nos Afeta” e “SuperFreakonomics: O Lado Oculto do Dia a Dia”. Para mais Freakonomics, visite o site www.freakonomics.com


Existem quase tantos motivos para as mulheres se tornarem prostitutas quanto existem prostitutas diz garota de programa

Stephen J. Dubner and Steven D. Levitt*


Recentemente pedimos no site Freakonomics.com que as pessoas enviassem perguntas para Allie, uma ex-garota de programa que conquistou o sucesso financeiro com sua habilidade nos negócios e entendimento da economia. Nessa entrevista, ela responde a questões que vão desde preços até se a prostituição deveria ser legalizada. Agradecemos muito a todos que participaram. Esta seção de perguntas e respostas foi editada e condensada.

Pergunta: Se a prostituição fosse legalizada e não estigmatizada socialmente, o que você acharia se seus filhos a exercessem?

Resposta: Se eu tivesse filhos, gostaria que eles tivessem a oportunidade de seguir o que desejassem, e eles seriam responsáveis por sua própria sexualidade. No entanto, esse trabalho tem seu lado ruim, e pode prejudicar muito uma pessoa. Eu sei que ele dificultou muitos aspectos da minha vida e dos meus relacionamentos. Então, como qualquer pai, eu gostaria que meus filhos tivessem mais do que eu tive.

ONU prepara campanha contra exploração sexualP: A falta de elasticidade na demanda pelos seus serviços por causa dos preços altos assinala uma qualidade melhor ou a sua experiência anterior justifica o aumento? Ou há uma outra explicação totalmente diferente?

R: Acredito que o preço alto sinaliza uma qualidade melhor para os clientes, mas muitos são bem informados e tomam suas decisões baseados em fotos e críticas. Como muitos deles não têm problemas com o preço, acho que algumas centenas de dólares não fazem diferença quando eles encontram alguém com quem gostariam de sair. No meu caso, acho que fui capaz de aumentar meus preços por causa das boas críticas e dos clientes com os quais eu estabeleci relacionamentos.

P: Você teme que o seu salário diminua à medida que você envelhece? Você se preocupa com a possibilidade de ter que se aposentar ainda jovem?

R: Eu já me aposentei desse trabalho, mas conheço mulheres que trabalham até bem depois dos 40. No entanto, como as mulheres mais velhas acabam tendo menos clientes com o tempo, eventualmente elas são obrigadas a se aposentar.

P: Você acha que as mulheres se voltam para a prostituição por causa da diferença salarial entre homens e mulheres discutida no “SuperFreakonomics”?

R: Existem quase tantos motivos para as mulheres se tornarem prostitutas quanto existem prostitutas. Fora isso, uma diferença salarial entre os sexos – quer seja real ou aparente – provavelmente não ajuda.

P: A prostituição deve ser legalizada?

R: Acho que a prostituição deve ser legalizada. Se um casal se encontra para jantar, divide uma garrafa de vinho e faz sexo, isso é um encontro. Se eles se encontram para jantar, dividem uma garrafa de vinho e fazem sexo, e o dinheiro é deixado num envelope no criado mudo, isso é ilegal. Sei que algumas prostitutas sentem que elas não têm outra opção, mas essas mulheres trabalham num contexto diferente do que eu trabalhava. Entre outras coisas, muitas têm problemas com drogas e abuso.

Em vez de gastar tempo e recursos criminalizando essas mulheres, deveríamos assegurar que elas tenham outras oportunidades e um lugar para buscar ajuda. As mulheres que não querem ser prostitutas não deveriam ser obrigadas a isso, além do mais, elas deveriam dispor de ajuda quando necessitam. As mulheres que querem ser prostitutas deveriam poder fazer isso. Ninguém deveria ter que ganhar a vida assumindo um emprego que é contra sua própria moral.

P: Se você pudesse escolher novamente, ainda seria uma garota de programa?

R: Ser uma garota de programa me deu oportunidades que eu não tenho certeza se teria de outra forma. Fora a publicidade, as fotos e os sites, minha escolha de me tornar uma acompanhante teve um custo definitivo. É quase impossível ter um relacionamento saudável enquanto se está trabalhando. Então pode ser uma vida solitária. Além disso, era difícil esconder meu trabalho dos meus amigos e da minha família.

Ex-prostituta luta contra tráfico sexual no CambojaP: A diferença salarial entre você e, digamos, as garotas que recebem US$ 7 (cerca de R$ 12,50) no gueto é incrivelmente grande embora o produto seja tecnicamente o mesmo. A educação e a localização privilegiada contam nesses US$ 93 (cerca de R$ 165) de diferença? Será que uma garota com uma situação socioeconômica inferior pode ganhar o mesmo que você, ou as garotas de programa de luxo só vêm de ambientes privilegiados? O que diferencia o seu “produto” do delas para causar uma diferença salarial tão grande?

R: Uma grande parte da diferença se deve provavelmente aos “custos de transação” dos clientes. Sair com uma prostituta de rua tem um custo não-monetário muito grande, como, por exemplo, um risco maior de ser preso ou de pegar doenças. É claro, a educação ajuda qualquer um em qualquer emprego. Aparentemente, não há quase nenhuma diferença entre o meu “produto” e o de uma prostituta de rua, mas nós oferecemos um serviço bem diferente.

Eu vendia meu tempo por hora e garantia um ambiente seguro, com um risco bem menor de consequências legais. Além disso, os clientes com recursos podiam facilmente ver meu perfil em seus computadores, saber sobre meus serviços e entrar em contato comigo. Eles também podiam marcar encontros na segurança de seu próprio escritório ou casa, e, além disso, eu morava numa região de alta renda. Esses fatores sozinhos baixam os custos de transação do cliente.

As prostitutas de rua vendem cada ato em separado. Elas tendem a trabalhar em áreas de baixa renda, e às vezes é difícil encontrá-las, não só porque sua localização varia, mas também por causa dos cafetões e da polícia. Os clientes sabem muito pouco ou nada sobre a mulher e o custo dos serviços até que se aproximem dela. Esses aspectos aumentam os custos de transação do cliente.

Também não quero ignorar a possibilidade de que alguns clientes acham que estão fazendo uma escolha moral, ou seja, se uma garota de programa está ganhando centenas de dólares por hora, ela mesma escolheu ser uma acompanhante e não foi obrigada a entrar no comércio de sexo contra sua vontade.

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