martedì 10 agosto 2010

Estudo liga sono pesado a ritmo cerebral



Quem consegue dormir em ambiente barulhento tem um padrão de atividade no cérebro que bloqueia ruídos

Picos de oscilações frequentes, chamados fusos do sono, podem criar isolamento contra estímulos externos

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

Tem gente que consegue dormir no meio de um tiroteio ou show de rock, tem quem acorde com uma colher de café caindo no chão.
Uma equipe da Escola de Medicina da Universidade Harvard testou 12 voluntários saudáveis e verificou que era possível prever a capacidade de um indivíduo de manter o sono, mesmo sujeito a barulho crescente, de acordo com o ritmo da sua atividade cerebral medida por eletroencefalografia.
"Sono de qualidade é uma parte essencial da saúde. Mas o sono fraturado está perturbadoramente prevalente na sociedade, parcialmente devido a insultos de uma variedade de barulhos", escreveram os cinco autores na edição de hoje da revista "Current Biology", liderados pelo médico Jeffrey M. Ellenbogen, chefe da Divisão de Medicina do Sono do Hospital Geral de Massachusetts.
O ritmo que interessava é conhecido como "fuso do sono", vinculado a uma estrutura do cérebro chamada tálamo. Ele é responsável por enviar informações dos sentidos, incluindo sons, para outras áreas do cérebro.
"Dado que o cérebro bloqueia sons, e o tálamo está em posição para ser a estrutura potencial para fazer isso, e que ele gera os fusos do sono, nossa hipótese era de que se uma pessoa gera mais fusos do sono, ela teria maior probabilidade de continuar dormindo mesmo em meio ao barulho", disse Ellenbogen à Folha.
E foi o que aconteceu. Os voluntários que geraram mais fusos durante uma noite prévia quieta de sono toleraram melhor as duas noites seguintes, em que foram expostos a barulhos variados.
"Todos os participantes tinham sono pesado. Mas, mesmo entre essas pessoas, havia variação na maneira como seus cérebros lidavam com ruídos. Alguns dormiram durante todo o experimento, enquanto que outros acordavam muito, mesmo que por pouco tempo."

SONO DO IDOSO
"Eles notaram uma alteração biológica em quem tem o sono mais estável", comenta a pesquisa o pediatra brasileiro Gustavo Antonio Moreira, especialista em medicina do sono da Unifesp, e que fez doutorado nessa mesma área de estímulo sonoro.
"Com a idade, o sono fica mais leve, diminui a quantidade dos fusos, por isso os idosos acordam mais vezes de madrugada", diz Moreira. "O tálamo é como um relê elétrico que controla a conexão com o córtex cerebral, permitindo o repouso do cérebro durante o sono", diz.
Mas, ele nota, não se sabe ainda que tipo de atividade ou medicamento poderia aumentar o número de fusos do sono e com isso melhorar sua qualidade. "Talvez o exercício físico, mas isso ainda precisa ser pesquisado."

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