sabato 24 aprile 2010

O DIREITO DO OLHAR


O IDDD (Istituto de defesa do direito de defesa) criou e coordenou, em parceria com a Associação Novolhar, o projeto “O Direito do Olhar”, um concurso cultural que envolveu todos os estabelecimentos prisionais, unidades de internação, e casas de custódia femininos da cidade de São Paulo, abrangendo, portanto, as Penitenciárias, os Hospitais de Custódia e as Unidades da FEBEM (atual Fundação Casa).

A idéia sempre foi a de, através da arte, sensibilizar aqueles que não conhecem a dura realidade dos que se encontram privados de liberdade, demonstrando a beleza que neste ambiente ainda pode e deve ser gerada.

Todas as mulheres e meninas privadas de liberdade foram convidadas a participar do projeto (foram abertas inscrições em todos os estabelecimentos prisionais envolvidos), que teve início em 1º de Agosto de 2005.

Elas puderam escolher a área que mais lhes interessava, entre pintura, fotografia (com máquinas descartáveis) e literatura (poesia e contos).

Entre as 680 inscritas foram selecionadas 120 participantes em cada categoria, somando um total de 360 mulheres (a escolha foi fundamentada nas respostas dadas aos formulários de inscrições).

Antes do início dos trabalhos, foram realizadas oficinas de orientação com todas as participantes:

■Desenho: foram realizadas oficinas de orientação, ministradas pelos profissionais do Projeto Aprendiz
■Fotografia: foram realizadas oficinas de orientação, ministradas pelos profissionais da Associação Novolhar
■Literatura: foram realizadas oficinas de orientação, ministradas pelos profissionais da Nova União de Arte (NUA), e pelo jornalista e escritor Luis Mendes.
A partir daí elas tiveram 12 dias para realizar e entregar os trabalhos. No dia 19 de Dezembro de 2005 as 18 mulheres premiadas, sendo 06 vencedoras em cada uma das 3 categorias saíram de seus estabelecimentos e receberam seus prêmios em solenidade no Instituto Tomie Ohtake.

■Categoria Fotografia: 06 cursos profissionalizantes de fotografia mais 06 assinaturas de revista especializada
■Categoria Literatura: 06 coleções de livros de contos e poesias e 06 assinaturas da Revista Caros Amigos
■Categoria Desenho: 06 cursos profissionalizante de pintura mais 06 assinaturas de revista especializada
O júri foi composto por expoentes das diversas categorias de produção artística, dentre os quais podemos destacar:

■Literatura: os jornalistas Marilene Felinto, Marina Amaral, Antonio Carlos Prado e o médico e escritor Drauzio Varella
■Desenho: Noélia Santos, do Projeto Portinari, Daniele Camargo e Ricardo Ohtake, do Instituto Tomie Ohtake
■Fotografia: os fotógrafos Eduardo Muylaert, Iatã Cannabrava, Juan Esteves, Ana Ottoni e Paulo Santiago
Além dos trabalhos premiados, muitos receberam Menção Honrosa e parte do material produzido para o concurso gerou uma exposição que já foi vista por mais de cem mil pessoas.

A “Associação Novolhar”, que trabalha com a produção de vídeos e programas de TV com menores carentes realizou ainda a documentação em vídeo de todo o desenvolver do concurso, este material documental também faz parte da exposição.

As obras estão à disposição de exposições cujo objetivo seja contribuir para o melhor entendimento da realidade prisional no nosso País.

O projeto recebeu, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, a Moção de Aplauso e Congratulação pela iniciativa, antes mesmo de estar finalizado e também o Prêmio Betinho de Cidadania da Câmara Municipal de São Paulo em 2006.

Em julho de 2007 o Projeto também foi selecionado na Edição 2006/2007 do Programa Petrobrás Cultural em "Educação para as Artes: Materiais e Documentação".

O concurso será documentado em livro, a ser composto também por DVD, visando sua replicação em outras prisões do país. Para a disseminação do ideal do projeto teremos a publicação de 3000 exemplares, para distribuição gratuita

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