martedì 10 agosto 2010

UMA NOVA FILOSOFIA DE VIDA


Scuppie é nova filosofia de vida


Eles vivem bem. São pessoas abastadas. Mas querem aprender a gastar, gastar "conscientemente". Felizes conscientes. Eco-mauricinhos, diz
com ironia um jornalista veterano. O neologismo scuppie agrupa os indivíduos que, segundo suas próprias palavras, desejam "viver bem enquanto fazem o bem".

Chuck Failla era diretor de uma grande empresa de planejamento financeiro com escritórios em Manhattan, e também comentarista de assuntos econômicos em diversos meios de comunicação. Entre eles, os informativos da CNN. Foi ele quem teve a ideia do chamado Manifesto scuppie, cuja filosofia pode ser encontrada em www.scuppie.com.

Embora contraditória para alguns, a palavra é um acrônimo resultante da expressão "socially conscious upwardly-mobile person" (algo como pessoa ambiciosa socialmente consciente), e surgiu quando Chuck Failla colaborava com o cantor Bono num projeto de ajuda social.

Quais são os requisitos para ser um scuppie? O que há de especial nessa legião de pessoas conscientes? Segundo o manifesto, eles usam roupas orgânicas - que podem ser 100% algodão, produzidas, é claro, por empresas livres dos circuitos de exploração. Alimentam-se de forma saudável, amam a soja pura e o arroz integral e respeitam o meio ambiente sem sentir que "sacrificam" sua vida por um paraíso verde. E tudo, isso sim, sem renunciar gastar.

"Não é obrigatório escolher entre a velocidade de um carro e a economia de combustível. As duas coisas podem ser combinadas - diz o documento, que tem como lema o conforto e a conservação. Luxo e continuidade. Em seu interior, há um ponto asceta e verde. Reciclam, usam sacolas de papel ou pano - nunca de plástico - e não desperdiçam água. "Ainda que você tenha dinheiro não tem porque ignorar a
realidade. Pode agir de acordo."

Parece que para reconhecer um scuppie basta entrar em sua casa, olhar a disposição da mesa de trabalho e saber o menu que preparou para a ceia de fim de ano. É possível distingui-lo pelos meios de transporte que utiliza, o modo de encarar sua profissão ou o destino de suas férias. Porque nunca dará rosas tingidas de azul, lençóis de poliéster ou produtos reconhecidos como tóxicos. Porque educará seus filhos com um conhecimento universal e alguma filosofia para economizar, mesmo
que continue vivendo com mais do que precisa.

O modelo escolhido - da alta sociedade - é o casal Angelina Jolie e Brad Pitt. Com filhos biológicos e adotados, grandes desafios profissionais e familiares, um compromisso social público e contínuo, eles estão envolvidos em campanhas de ajuda social, mas instalados no bem-estar. Jolie é embaixadora da boa vontade do Alto Comissionado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e parece que seu marido se
contagiou por essa vontade solidária.

Os scuppies são pessoas definitivamente bem informadas, que tomam partido e fascinam o público com seu modo de vida, ainda que alguns os vejam como ativistas e outros apenas como mentes arrependidas que não pensaram no aquecimento global há duas décadas.

Como Failla teve a ideia do Manifesto Scuppie? Um dia, em seu escritório, depois de uma conversa telefônica, um colega de trabalho perguntou se ele havia conseguido um novo cliente. "Respondi que sim, que era o cantor Bono e eu iria ajudá-lo num projeto para pessoas sem teto. E enquanto eu falava, ele não parava de olhar com ceticismo para
o meu Armani e o meu Rolex". Faila se questionou então se não era possível querer ascender profissionalmente e, ao mesmo tempo, ser socialmente consciente. "Ainda que eu ganhe dinheiro - responde Chuck Failla - não me esqueço que vivo em comunidade. Sei que devo envolver-me nas lutas pelo meio ambiente e contra a injustiça social.

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