Com o olhar, bebês dominam seu mundo
Por CHARLES Q. CHOI
Com duas câmeras presas à cabeça e carregando mochilas equipadas com transmissores sem fio, crianças e bebês parte de um estudo parecem pequenos ciborgues engatinhando e tropeçando pela sala.
Uma câmera está voltada para o olho direito, e a outra capta o campo de visão. Combinadas, as imagens apontam para onde a criança está olhando.
Os cientistas usam esse sistema para entender como as crianças veem o mundo para interagir com ele. No laboratório, bebês com idades a partir de cinco meses se deslocam num percurso com obstáculos ajustáveis -desníveis, vãos ou degraus. Elas às vezes usam calçados revestidos de Teflon ou coletes com pesos.
Os pesquisadores esperam aprender o que leva uma criança a reagir a outra, como os bebês coordenam o seu olhar com as mãos e os pés, a fim de contornar obstruções ou manusear objetos, e como se adaptam a mudanças como os sapatos escorregadios.
As descobertas sugerem que os bebês têm mais capacidade do que se imaginava para entender e agir com base no que veem.
"Rápidos olhares para obstáculos à frente deles ou para os rostos das suas mães podem ser tudo o que eles precisam para obter a informação que desejam", afirmou John Franchak, doutorando do Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York (NYU). "Eles parecem surpreendentemente eficientes." Embora a visão pareça ser algo feito sem esforço, nós escolhemos o que olhamos, fazendo de dois a quatro deslocamentos oculares por segundo, para cerca de 150 mil movimentos por dia, segundo Karen Adolph, psicóloga do desenvolvimento da NYU.
"A visão não é passiva. Coordenamos ativamente os nossos movimentos oculares com os movimentos de nossas mãos e nossos corpos."
A experiência se baseia em dispositivos desenvolvidos pela empresa nova-iorquina Positive Science, com verbas do Laboratório de Pesquisas Navais dos EUA. Os equipamentos haviam sido concebidos para ajudar os cientistas a descobrir, por exemplo, como combatentes avistam alvos camuflados.
Para adaptar os monitores às crianças, o fundador da Positive Science, Jason Babcock, usou bandanas acolchoadas, bonés com tecidos elásticos e fechos de velcro para manter as câmeras no lugar. O aparato usado na cabeça pesa apenas 45,36 gramas.
"O bom disso é que ajuda a capturar o que as crianças estão pensando durante o seu comportamento natural", disse Mary Hayhoe, psicóloga da percepção na Universidade do Texas, Austin. "Como o que elas estão olhando tem relação com suas atividades em andamento, monitorar o movimento dos olhos permite uma leitura bastante direta do que pode estar passando pela cabeça delas."
Em estudos com seis bebês de 14 meses numa sala cheia de brinquedos, os pesquisadores descobriram que em quase um quarto de todos os encontros com obstáculos os bebês conseguiam contornar os objetos sem centrar seu olhar neles.
"Os adultos só se fixam nos obstáculos em cerca de um terço das vezes, e crianças de quatro a oito anos se fixam nos obstáculos em cerca de 60% das vezes, mas é notável que os bebês possam até mesmo se deslocar sem olhar", afirmou Franchak.
Hayhoe disse que aprender com que idade os bebês começam a olhar para o chão quando alguém derruba uma bola pode lançar uma luz sobre quando as crianças são capazes de prever as consequências das ações, é um passo importante no desenvolvimento cognitivo.
"Essas conclusões sugerem que as crianças podem não ter de olhar muito tempo para obter a informação de que necessitam, seja de pessoas ou seja de objetos", disse Jeffrey Lockman, psicólogo do desenvolvimento na Universidade Tulane. "Isso dá novas revelações sobre quanta informação elas precisam, ou quão rapidamente as crianças podem processar essa informação."
Por CHARLES Q. CHOI
Com duas câmeras presas à cabeça e carregando mochilas equipadas com transmissores sem fio, crianças e bebês parte de um estudo parecem pequenos ciborgues engatinhando e tropeçando pela sala.
Uma câmera está voltada para o olho direito, e a outra capta o campo de visão. Combinadas, as imagens apontam para onde a criança está olhando.
Os cientistas usam esse sistema para entender como as crianças veem o mundo para interagir com ele. No laboratório, bebês com idades a partir de cinco meses se deslocam num percurso com obstáculos ajustáveis -desníveis, vãos ou degraus. Elas às vezes usam calçados revestidos de Teflon ou coletes com pesos.
Os pesquisadores esperam aprender o que leva uma criança a reagir a outra, como os bebês coordenam o seu olhar com as mãos e os pés, a fim de contornar obstruções ou manusear objetos, e como se adaptam a mudanças como os sapatos escorregadios.
As descobertas sugerem que os bebês têm mais capacidade do que se imaginava para entender e agir com base no que veem.
"Rápidos olhares para obstáculos à frente deles ou para os rostos das suas mães podem ser tudo o que eles precisam para obter a informação que desejam", afirmou John Franchak, doutorando do Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York (NYU). "Eles parecem surpreendentemente eficientes." Embora a visão pareça ser algo feito sem esforço, nós escolhemos o que olhamos, fazendo de dois a quatro deslocamentos oculares por segundo, para cerca de 150 mil movimentos por dia, segundo Karen Adolph, psicóloga do desenvolvimento da NYU.
"A visão não é passiva. Coordenamos ativamente os nossos movimentos oculares com os movimentos de nossas mãos e nossos corpos."
A experiência se baseia em dispositivos desenvolvidos pela empresa nova-iorquina Positive Science, com verbas do Laboratório de Pesquisas Navais dos EUA. Os equipamentos haviam sido concebidos para ajudar os cientistas a descobrir, por exemplo, como combatentes avistam alvos camuflados.
Para adaptar os monitores às crianças, o fundador da Positive Science, Jason Babcock, usou bandanas acolchoadas, bonés com tecidos elásticos e fechos de velcro para manter as câmeras no lugar. O aparato usado na cabeça pesa apenas 45,36 gramas.
"O bom disso é que ajuda a capturar o que as crianças estão pensando durante o seu comportamento natural", disse Mary Hayhoe, psicóloga da percepção na Universidade do Texas, Austin. "Como o que elas estão olhando tem relação com suas atividades em andamento, monitorar o movimento dos olhos permite uma leitura bastante direta do que pode estar passando pela cabeça delas."
Em estudos com seis bebês de 14 meses numa sala cheia de brinquedos, os pesquisadores descobriram que em quase um quarto de todos os encontros com obstáculos os bebês conseguiam contornar os objetos sem centrar seu olhar neles.
"Os adultos só se fixam nos obstáculos em cerca de um terço das vezes, e crianças de quatro a oito anos se fixam nos obstáculos em cerca de 60% das vezes, mas é notável que os bebês possam até mesmo se deslocar sem olhar", afirmou Franchak.
Hayhoe disse que aprender com que idade os bebês começam a olhar para o chão quando alguém derruba uma bola pode lançar uma luz sobre quando as crianças são capazes de prever as consequências das ações, é um passo importante no desenvolvimento cognitivo.
"Essas conclusões sugerem que as crianças podem não ter de olhar muito tempo para obter a informação de que necessitam, seja de pessoas ou seja de objetos", disse Jeffrey Lockman, psicólogo do desenvolvimento na Universidade Tulane. "Isso dá novas revelações sobre quanta informação elas precisam, ou quão rapidamente as crianças podem processar essa informação."
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