Do UOL Ciência e Saúde
Sonhos vívidos e violentos podem sinalizar distúrbios cerebrais até com meio século de antecedência, conclui novo estudo publicado na revista Neurology. Segundo a pesquisa, doenças neurológicas podem se esconder por anos antes de a pessoa ser diagnosticada.
Distinguir sinais precoces de tais doenças pode permitir aos médicos tratar pacientes muito antes de o cérebro se deteriorar, afirma matéria publicada nesta quarta-feira (4), no Science News.
Pessoas com o chamado distúrbio comportamental do sono REM, ou RBD, experimentam uma mudança brusca na natureza dos sonhos. Eles se tornam mais violentos e frequentemente envolvem episódios em que um ataque deve ser combatido. Assim, o sonhador, normalmente homem, perde a paralisia muscular (comum quando estamos dormindo) e começa a se torcer e gritar, como se estivesse realmente em uma luta.
Os médicos acreditavam que o RBD seria um transtorno isolado, mas estudos revelaram que um número grande destes pacientes desenvolve mais tarde doenças neurodegenerativas, como Parkinson e demência de Lewy. Os valores exatos variam, mas de 80 a 100% deles apresentam uma doença neurodegenerativa no futuro.
"O consenso entre todos os pesquisadores é que o RBD não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’", diz o especialista em sono Carlos Schenck da Minnesota Sleep Disorders Center, em Minneapolis, que foi um dos primeiros pesquisadores a descrever o RBD.
Em um novo estudo, o neurologista Bradley Boeve da Clínica Mayo em Rochester, Minnesota, e sua equipe procuraram descobrir o intervalo entre o RBD e a doença. Eles analisaram registros médicos de pacientes da Clínica para identificar pessoas diagnosticadas pela primeira vez com RBD, e depois com uma doença neurodegenerativa, pelo menos, 15 anos depois.
Dos 27 pacientes que se enquadram nos critérios (dos quais apenas três eram mulheres, refletindo o predomínio do sexo masculino), o intervalo médio entre o início do distúrbio do sono e do distúrbio cerebral era de 25 anos, segundo a equipe. Em um caso, o RBD precedeu a doença de Parkinson por 50 anos.
"Entre as doenças neurodegenerativas, não sei de outras manifestações clínicas que podem começar com tanta antecedência", diz Boeve. "Há tão poucas doenças que podem ter uma janela de décadas de uma manifestação clínica para outra”, afirma Boeve. O intervalo de 50 anos, descobertos no estudo, é um “período de latência extremamente longo e lento”, exalta Schenck.
Sonhos vívidos e violentos podem sinalizar distúrbios cerebrais até com meio século de antecedência, conclui novo estudo publicado na revista Neurology. Segundo a pesquisa, doenças neurológicas podem se esconder por anos antes de a pessoa ser diagnosticada.
Distinguir sinais precoces de tais doenças pode permitir aos médicos tratar pacientes muito antes de o cérebro se deteriorar, afirma matéria publicada nesta quarta-feira (4), no Science News.
Pessoas com o chamado distúrbio comportamental do sono REM, ou RBD, experimentam uma mudança brusca na natureza dos sonhos. Eles se tornam mais violentos e frequentemente envolvem episódios em que um ataque deve ser combatido. Assim, o sonhador, normalmente homem, perde a paralisia muscular (comum quando estamos dormindo) e começa a se torcer e gritar, como se estivesse realmente em uma luta.
Os médicos acreditavam que o RBD seria um transtorno isolado, mas estudos revelaram que um número grande destes pacientes desenvolve mais tarde doenças neurodegenerativas, como Parkinson e demência de Lewy. Os valores exatos variam, mas de 80 a 100% deles apresentam uma doença neurodegenerativa no futuro.
"O consenso entre todos os pesquisadores é que o RBD não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’", diz o especialista em sono Carlos Schenck da Minnesota Sleep Disorders Center, em Minneapolis, que foi um dos primeiros pesquisadores a descrever o RBD.
Em um novo estudo, o neurologista Bradley Boeve da Clínica Mayo em Rochester, Minnesota, e sua equipe procuraram descobrir o intervalo entre o RBD e a doença. Eles analisaram registros médicos de pacientes da Clínica para identificar pessoas diagnosticadas pela primeira vez com RBD, e depois com uma doença neurodegenerativa, pelo menos, 15 anos depois.
Dos 27 pacientes que se enquadram nos critérios (dos quais apenas três eram mulheres, refletindo o predomínio do sexo masculino), o intervalo médio entre o início do distúrbio do sono e do distúrbio cerebral era de 25 anos, segundo a equipe. Em um caso, o RBD precedeu a doença de Parkinson por 50 anos.
"Entre as doenças neurodegenerativas, não sei de outras manifestações clínicas que podem começar com tanta antecedência", diz Boeve. "Há tão poucas doenças que podem ter uma janela de décadas de uma manifestação clínica para outra”, afirma Boeve. O intervalo de 50 anos, descobertos no estudo, é um “período de latência extremamente longo e lento”, exalta Schenck.
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