lunedì 2 agosto 2010

Deficit de atenção e cônjuges infelizes



Sintomas podem abalar relações entre adultos
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Distração pode ser confundida com falta de amor
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Por TARA PARKER-POPE

Seu marido ou sua mulher constantemente esquece tarefas ou perde a noção do calendário? Você às vezes sente que está convivendo não com um cônjuge, mas com uma criança?
Seu casamento talvez sofra de transtorno do deficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Não é piada: a ideia de que os problemas de atenção podem afetar relações adultas está atraindo mais atenção dos especialistas em saúde mental.
Num casamento, os sintomas comuns -distração, desorganização, esquecimento- podem ser facilmente confundidos com preguiça, egoísmo e falta de amor ou preocupação.
Adultos que sofrem do transtorno aprendem estratégias para permanecerem organizados e focados no trabalho, mas especialistas dizem que muitos deles enfrentam dificuldades em casa. Algumas pesquisas sugerem que esses adultos têm o dobro de propensão a se divorciar.
Melissa Orlov, autora de "The ADHD Effect on Marriage" (O efeito do TDAH no casamento), a ser lançado em setembro, diz que se interessou pelo tema depois do diagnóstico dado ao seu marido, cinco anos atrás.
Embora já trabalhasse com Ned Hallowell, importante pesquisador do assunto, Orlov não percebia que o transtorno também estava arruinando seu casamento.
"Eu sentia como se ele fosse consistentemente inconsistente", disse Orlov numa entrevista. "Eu nunca podia contar com ele." (Eles agora têm um casamento feliz, acrescentou ela.)
As queixas de que um cônjuge é insensível ou desatento, ou que não ajuda suficientemente na casa, não se limitam a casamentos em que um ou ambos têm problemas de atenção. Mas o TDAH pode piorar as coisas.
O transtorno pode deixar um cônjuge com 100% da responsabilidade familiar, porque o outro se esquece de apanhar os filhos na escola ou pagar as contas em dia. Parceiros sem problemas de atenção podem se sentir ignorados ou não amados quando o marido ou a mulher se distrai -ou, em outro sintoma do transtorno, se dedica demais a um projeto de trabalho ou a um jogo de computador. Eles podem sentir que não têm escolha exceto pegar no pé constantemente para que as coisas aconteçam.
Os cônjuges portadores do TDAH, enquanto isso, costumam estar alheios à sua falha mais recente e ficam confusos com a ira que pouco a pouco toma conta do parceiro. Uma longa lista de afazeres ou uma casa bagunçada parecem demais para um cérebro com TDAH, levando a pessoa a se refugiar no computador ou em um videogame.
Embora o tratamento costume começar com medicação, ela normalmente não resolve os problemas de um casal. Terapia comportamental e estratégias de sobrevivência -para ambos os cônjuges- são essenciais; Orlov, por exemplo, baniu as longas listas de afazeres e adotou cartões, cada um com uma só tarefa, ordenados por prioridade. É uma mudança sutil, diz ela, mas surpreendentemente eficaz.
Um dos maiores desafios é o de ambos aceitarem o preço muito real que um distúrbio de atenção pode cobrar na vida conjugal. Com frequência o parceiro sem TDAH teme que o diagnóstico dê ao outro um pretexto para não ajudar; este, por sua vez, em geral tem dificuldades em entender como o seu comportamento afeta os demais.
"Inicialmente acho que fui um pouco cético com o TDAH em geral", disse um homem de 52 anos, morador de Cleveland, cuja mulher recentemente recebeu esse diagnóstico. Ele descreveu uma vida de "responsabilidade esmagadora", trabalhando em tempo integral e ainda cuidando dos filhos e da mulher. "Após anos assim, eu senti que não tinha dois filhos, tinha três", disse ele.
À beira do divórcio, a mulher encontrou o site de Orlov e Hallowell, o www.adhdmarriage.com, e começou a se consultar com a especialista. "Tem sido uma revelação", disse a mulher.

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